terça-feira, 20 de janeiro de 2009

ENSAIO SOBRE O AMOR

Quando descobri que os indianos não se casam por amor, minha mente se abriu.
Assim como nas aulas de sociologia, às quartas feiras na faculdade, onde pensadores como Marx, Morin, Weber, Durkein, Comte discutiam a sociedade de uma forma extremamente contrária à minha, mas que faziam muito sentido.
Então, como sempre faço, abri meus pensamentos, minhas verdades, minhas crenças e valores para discutir comigo mesmo, qual a minha posição sobre o amor e da pouca experiência (profundas e significativas) (ok, o tema experiência é discutível, mas fica para outra oportunidade) que tenho sobre este tema.
Certa vez estive envolvido numa relação de total doação, dedicação, companheirismo, mas não da minha parte. Eu tinha tudo o que eu queria, na hora que eu quisesse, da forma que eu quisesse.
Como um Rei, fui tratado com bajulações que envergonhariam até os tratamentos que minha mãe me deu quando eu ainda era uma criança.
Contudo, não era amor. E desfiz a relação.
E veio um profundo vazio e extrema necessidade de ter tudo aquilo de volta e um abismo se abria ante mim quando imaginava um outro alguém recebendo toda aquela pompa antes destinada exclusivamente à mim. Me diverti tanto. Fizemos tantas coisas, histórias, situações em conjunto!
Havia coisas neste relacionamento que não me satisfaziam, que eu não gostava, mas que conseguia levar numa boa. Na realidade eu tentava ignorar as coisas ruins, fazendo com que as boas se sobrepusessem.
Pouco tempo depois compreendi que não havia amor, mas necessidade, dependência.
Da minha parte, entendo que aquelas “partes ruins” eram essenciais para minha felicidade e que muitas vezes estas “partes ruins” eram extremamente orgasmáticas em outros relacionamentos que se quer, me traziam um copo d’água.
Desde então eu fiz um mapeamento sobre o amor. Determinei as coisas que são prioridades (que no meu caso é uma só, que resume-se a... bom não vou entregar meu ouro aqui... (mas este resumido têm várias arestas)), e aquelas que não são prioridades e não me iludem.
Amor a gente não escolhe, acontece, sente!
Eu certamente seria um indiano que desonraria minha casta!
Simplesmente não sei viver sem meu norte, apesar de vários campos magnéticos tentarem me confundir. Sei onde minha bússula aponta e logo no primeiro beijo ou toque posso perceber se aquele horizonte é apenas uma miragem, ou se meu paraíso das Índias este logo ali, prostrado na minha frente.
Este não é um ensaio sobre o amor e portanto não se resume à minha visão sobre o que ele é ou significa, mas é sim uma pequena verdade que me abriu os pensamentos e me faz compreender o que eu decidi pensar sobre [ele].
Desde então, posso viajar de olhos fechados, porque não é quem me leva e nem como me leva que me traz o amor, mas onde o toque com a terra ou com o mar que me fazem sentir que ali é o meu lugar.

3 comentários:

LiOn HeArTeD GuY disse...

wow, muito lindo seu Ensaio, so queria saber "o segredo, a que se resume", mas vc ja disse que nao vai entregar seu outo.
Axei lindo todo o texto, parabens. O trecho do antepenultimo paragrafo, bem esse eh perfeito, conheco pouquissimas pessoas que conseguiriam o escrever e se expressar tao bem. Eu mesmo ando com uma tremenda dificuldade em exprimir sentimentos dessa natureza. Posso citar esse trecho do seu ensaio em um 'projeto' meu?

LiOn HeArTeD GuY disse...

kkk Plagio que nada!

Igor Talarico disse...

Bem .... Não sei o que dizer .... alem de que a India e o Amor são duas coisas distantes de mim... mas realmente concordo com o Alex o texto ta muito lindo!